Texto: Rodrigo Smarieri
Ela é muito rica. Seu faturamento representa, segundo dados da Mc Kinsey & Company, um total de US$2,4 trilhões por ano. Só na França, ela equivale a 2,7% do PIB de toda nação, superando todo o setor aeronáutico ou automobilístico. Ela dita tendências; e recentemente, pela pressão dos fãs e dos haters — imagino que você já saiba quem é — a Moda inventou que chic é ser sustentável. O problema disso é que a indústria dela polui muito.
Portanto, podemos concluir que a Indústria da Moda já não está mais nada moda. Para muitos, isso já é fato há muito tempo. Cerca de mais de 10% do CO2 emitido no planeta vem dela. A indústria fashion é a terceira maior consumidora de água no mundo. Imagine que em média, a fabricação de uma calça jeans, usa 10 mil litros de água, em contrapartida, 1 kg de arroz são 2,5 mil litros. Se você quiser, dá para calcular a pegada de CO2 do seu guarda roupa pelo Fashion Foot Print Calculator, criado por plataforma americana da Green Story, o questionário é feito online com perguntas em inglês.
A partir dessas informações mais a crise generalizada causada pelo coronavírus, e em meio a tantas incertezas, o isolamento social fez com que as pessoas pensassem mais seus hábitos, e algumas vozes ambientalistas têm ganhado mais força. Venda e consumo estão em xeque, principalmente na cadeia têxtil da moda. A nova priori do momento é ser atemporal com qualidade. Marcas de fast fashion, que até então trocam coleções completas em duas semanas são grandes vilãs, elas são frutos da era da “publicidade liquida” impulsionada pelo Instagram com apenas uma intenção: vender (e rápido). Essa era da moda, ao que tudo indica, quando a pandemia chegar ao fim, haverá uma mudança real no comportamento do consumidor, é esperado que a postura de todos torne-se mais sustentável. É a chance uma reforma, na qual possamos viver com coexistência a natureza.
Por outro lado, há quem diga que muitos vão preferir ser asfixiados pelos poluentes e estar vestindo a última coleção da ZARA do que ter que se adaptarem as novas mudanças exigidas pelo mundo. Existe louco para tudo, não é? Eu prefiro acreditar nas mudanças, e que todos vão ser chic e sustentáveis.