Com a maior participação feminina da história, Brasil conquista três medalhas em Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica na Hungria

A seleção brasileira que disputou a 13ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês) na cidade de Keszthely, na Hungria, acaba de conquistar três medalhas de bronze e duas menções honrosas. Nesta edição, o Brasil levou na equipe o maior número de meninas, duas, em toda a sua trajetória na competição, com uma delas conquistando o bronze, feito não alcançado por elas desde 2013. O evento, realizado de 2 a 10 de agosto, reuniu 254 estudantes de 47 países, recorde de delegações na sua história.

Giovanna Girotto (16 anos, São Paulo, SP), Luã de Souza Santos (17 anos, São Paulo, SP) e Raul Basilides Gomes (17 anos, Fortaleza, CE) ganharam o bronze. Bruna Junqueira de Almeida (16 anos, São Paulo, SP) e Lucas Shoji (16 anos, São Paulo, SP) receberam menções honrosas. A maratona olímpica envolveu provas teóricas, práticas e de análise de dados. A delegação foi liderada pelos astrônomos Dr. Eugênio Reis, do Observatório Nacional (ON), e Dr. Júlio César Klafke, da Universidade Paulista (UNIP), além de contar com os professores acompanhantes Thiago Paulin Caraviello (Colégio Etapa/SP) e Heliomárzio Rodrigues Moreira (Colégio Farias Brito/CE).

Os estudantes foram selecionados dentre os mais de 100 mil participantes da prova de nível IV da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) em 2018. Destes estudantes, cerca de 5.300 fizeram três provas na fase online da seleção, dos quais 150 foram classificados para as provas presenciais. Os 30 melhores ainda passaram por 2 treinamentos classificatórios, para a escolha da equipe e mais uma semana de treinamento intensivo com astrônomos em Vinhedo/SP durante o primeiro semestre de 2019.

Como no ano passado, na edição da IOAA realizada na China, a participação da equipe brasileira na Hungria foi financiada com recursos disponibilizados, via edital, pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). 

Treinamento

Depois de selecionados, os estudantes participam de treinamentos intensivos, com astrônomos e especialistas, na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo. A programação é dividida em grupos de estudos, oficinas de atividades e observação do céu noturno, com e sem instrumentos, resolução de exercícios, realização de provas simuladas, construção e lançamentos de foguetes de garrafas PET. 

O grupo também conta com o Planetário Digital Móvel da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica para estudar o céu por meio de projeções e aprendem a montar e a manusear diferentes tipos de telescópios.

Olimpíada nacional 

Realizada por astrônomos membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Universidade Paulista (UNIP), a OBA é destinada a alunos dos ensinos fundamental e médio. A edição desse ano, a 22ª, teve número recorde de participantes, com 883.811 estudantes de 9.957 escolas públicas e particulares de todos os estados do país e o distrito federal, e contou com o auxílio de mais de 61.959 professores. São mais de 10,3 milhões de participantes em toda a história do evento.

Organização

A IOAA é reconhecida pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês). A organização exige que cada país se comprometa a sediar uma edição da olimpíada, arcando com todas as despesas relativas ao evento, podendo receber apoio de diferentes setores da sociedade. A OBA é organizada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Site oficial da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA): http://www.oba.org.br

As Brasileiras Medalhistas na história da IOAA:

2008: Cindy Yuchi Tsai (São Paulo, SP)
2010: Tabata Amaral (São Paulo, SP) 
2013: Larissa Fernandes de Aquino (Recife, PE)
2019: Giovanna Girotto