Com absoluta certeza a cena eletrônica nacional tem muito a dizer sobre este talentoso e experiente DJ. É residente oficial e principal de um dos clubes mais importantes do Brasil, o badalado Sirena (Maresias – SP). O ano de 2012 consolidou e trouxe um reconhecimento definitivo de Ricardo Menga onde apresentou a primeira SIRENA TOUR em Cancun além de uma turnê Europeia em três países e quatro GIGs em uma única temporada.
Ricardo Bastos, conhecido como “Ricardo Menga” é presença garantida nosmelhores eventos e clubs de musica eletrônica do Brasil. Foi residente do club Euro em Santos, La Terraza da Pacha /SP, tocou no festival de verão em Salvador, foi o DJ oficial de abertura do show “Black Eyed Peas” em Recife, participou do Festival Barcelona Summer Week (Espanha), dentre várias outras importantes e reconhecidas GIGs no Brasil e no mundo.
Atualmente Menga vem trabalhando em produções e projetos, entre eles, o live NEROLAND executando com muita habilidade, inserções próprias na percussão e interagindo em altíssima VIBE com o músico e guitarrista Gui Kikuchi. Ele foi um querido e nos concedeu esta entrevista super exclusiva. Espero que vocês gostem tanto quanto eu!!
Minha carreira começou em 89 na minha cidade natal em Poços de Caldas , Sul de Minas Gerais, na época eu trabalhava em uma loja de discos e o Disc Jockey(como éramos chamados na década de 80) da discoteca da cidade precisava de um iluminador para trabalhar com ele, aceitei o convite e pouco tempo depois eu abria as noites de sábado e tocava por 2 horas nas domingueiras e matinês, isso me deu além de segurança , credibilidade com frequentadores e o dono da casa, logo depois fiz um curso com o mestre Gran Master Ney em SP/ na Fieldzz em Moema e com o curso concluído e a aposentadoria do DJ anterior me tornei o DJ Residente da casa, Hj 23 anos depois tenho uma residência que já dura 6 anos no Club Sirena de Maresias, club percursor na música eletrônica no Brasil e 8º no raking mundial da revista inglesa DJ MAG. Nesta minha residência tive o privilégio e a responsabilidade de fazer o Warm Up para inúmeros DJS internacionais com Armin Van Burrem, Axwell, Guetta, Tiesto, Carl Cox, entre outros.
Sim sem duvida é bem complicado, Na última pesquisa que li o Brasil hoje tem aproximadamente 45 mil DJs entre profissionais e amadores, Para se chegar a ter um reconhecimento no mercado além de trabalhar bastante sua parte musical, repertório, técnica, é fundamental que o Dj também se dedique na produção, e o não menos importante, relacionamento e network.
Creio que meu diferencial esteja não apenas em um item mais sim, em vários aspectos da minha carreira, Tenho sem falsa modéstia um felling bastante apurado para pista e para separar as tracks que eu toco, o que é fundamental para não ser mais um Dj como muitos que vejo por ai que tocam o óbvio. Estar em um agência que se preocupa em dar suporte ao DJ é sem dúvida muito importante e, estar atento às tendências do mercado, ter um foco, carisma e humildade sempre são bem vindos para qualquer artista, profissionalismo, ser pontual, ser responsável e ser bem educado com todos desde quem paga nossos cachês até o segurança.
Na minha opinião a maior dificuldade que um DJ encontra é o preconceito e a falta de união dos próprios Djs. Isso acontece comigo e com muitos Dj grandes ou que ainda estejam começando, Tem clubs e festas que eu gostaria muito de ter tocado, porém, por puro preconceito não rolou, o mercado se prende muito a rótulos e a música em si, fica lá no fim da lista. Isso é triste mas estamos evoluindo.
Para mim, o reconhecimento das pessoas. É muito legal quando as pessoas te pedem para tirar uma foto, ou elogiam um set nas redes sociais e, é claro, a parte financeira se você trabalha bem, com foco tudo tente a dar certo.
Já tive muita encanação quanto à isso, porque não consigo entrar neste ou naquele club para tocar….
Ídolos, pode ser? rssss. Gui Boratto, Anderson Noise, Carlo Dall Anese – três caras que sabem o que querem, não perderam o foco de suas carreira, e batalharam muito para chegar onde chegaram.
Adorei ter visto dois super Djs: Carl Cox pela sua simpatia, carisma e uma carreira invejável tocando o que gosta com muito bom senso. Armin V Burren, outro monstro da música eletrônica mundial, dispensa comentários.
Creio que a diversidade, embora muita coisa seja parecida para os leigos. Depois que se tem a mente aberta para conhecer seus gêneros e sub- gêneros você se apaixona, e todo dia tem coisa nova, boa e ruim também. Outro ponto importante é a dimensão que tudo tem tomado, festivais como TomorrowLand, Ultra Music, BPM, Burnman atraem cada vez mais público. Por sua vez, os mesmos montam super palcos e fazem uma produção incrível, duvido que alguém que assista a uma apresentação de um grande artista não se sinta emocionado e se apaixone.
Lá vem o Sirena novamente. Já toquei em noites para quase 5 mil pessoas no club, é uma vibe incrível. Na Alemanha também é muito bom, toquei por lá em três turnês, eles amam música eletrônica e, embora muitos pensem que os alemães são frios, eles são super animados.
Pesquisem muito, busquem seu diferencial, Não se basei somente no que os playlist mostram, tocar o óbvio é fácil, difícil é ser diferente, ser autêntico. Produzam seus remixes ou suas músicas, ser amigo do dono ou do promoter pode até te render algumas gigs, mas para mim, seria frustrante saber que estou tocando por “favor” e não por “mérito”.
New Order – Blue Monday
Foto: Reprodução