Da Sistina, um restaurante em Roma e uma estrela que sobe

Comer na Itália por si, é uma experiência única e se for no restaurante Da Sistina, em Roma, será uma recordação para o resto da vida. É quase como estar comendo dentro da Capela Sistina, no Vaticano, onde tudo é perfeito.

Foto: Divulgação

Texto: Maurício de Souza
Fotos: Maurício de Souza

São várias opções de restaurantes em Roma e um templo gastronômico não é só avaliado pela culinária, mas também pelo serviço impecável, que é algo de primordial quando se trata do mundo da restauração.

Localizado dentro do Hotel de la Ville, uma outra propriedade recém-inaugurada pelo hoteleiro Sir Rocco Forte, o local está situado perto da igreja Trinità dei Monti e da Piazza di Spagna e em uma rua com lojas de artigos de luxo, como a Bvlgari.

Como faz parte da rede hoteleira Rocco Forte, é óbvio que tudo é de extremo bom gosto. O local nos remete à uma antiga trattoria com piso em mármore preto e branco, cadeiras em veludo vermelho cardeal e painéis nas paredes pintados à mão.

O menu é moderno propondo pratos típicos romanos e especialidades de outras cidades italianas. Tudo orquestrado pelo chefe Fulvio Pierangelini, que utiliza somente produtos sazonais e frescos. Como o menu muda constantemente, durante a estação da colheita dos cogumelos, trufas brancas e negras, o hotel prepara receitas baseadas nessas delícias e pratos com apresentação absolutamente impecáveis.

No restaurante Da Sistina, a típica massa cacio e pepe, feita com queijo de ovelha e pimenta preta, vem acompanhada de camarão cru. As vieiras também são servidas com lascas de trufas brancas e, como acompanhamento, abobrinha seca e frita.

Para terminar, umas das sobremesas mais espetaculares da vida: peras caramelizadas com trufas brancas e sorbet de leite. Todo o jantar pode ser harmonizado com vinhos escolhidos pelo sommelier.

As trufas brancas de Alba são as mais caras e consumidas cruas sobre o prato já elaborado de modo que se possa apreciar o aroma dessa iguaria. Um quilo de trufas pode vir a custar cinco mil euros. Essa maravilha gourmet se encontra debaixo do solo e é descoberta por cães farejadores, que são treinados para achá-las.

A trufa só cresce no outono europeu e perto de árvores como o salgueiro, a castanheira, o carvalho e a nogueira. Durante esse período é uma verdadeira emoção ver os habitantes da região do Piemonte saírem à busca dessa iguaria, que vem sido apreciada desde a Antiguidade. Por causa do nascimento e do crescimento subterrâneo, sempre foi considerada misteriosa e existem muitas lendas sobre essa delícia dos deuses.

História da Trufa

O termo “trufa” vem do latim “terrae tufer”, o crescimento da terra onde o tufer seria usado em vez de tubérculo: é certo que sua antiga presença entre os povos mediterrâneos, e as primeiras notícias aparecem na obra “Naturalis Historia” do estudioso latino Plínio, o Velho (79 d.C.), do qual é evidente que o tubérculo era altamente apreciado na mesa dos romanos que provavelmente o conheciam.

Acontece que os babilônios já o conheciam em 3000 a.C. e temos evidências de sua presença também na dieta dos sumérios e na época do patriarca Jacó, por volta de 1700 a.C.: da Mesopotâmia sua fama se estendeu à Grécia, e foi aqui que no século I D.C. o filósofo Plutarco de Cheronea formulou a hipótese imaginativa de que as trufas seriam geradas pela combinação de água, fogo e raios arremessados por Zeus perto de um carvalho, uma árvore sagrada para ele, e essa ideia foi tomada pelo poeta Juvenal também. Como Zeus/Júpiter também era famoso por sua atividade amadora, a trufa foi atribuída a propriedades afrodisíacas, tanto que o médico grego Galeno escreveu que a trufa era muito nutritiva e que poderia “desencadear a voluptuosidade”. 

Nos tempos romanos, a trufa era muito apreciada pelo seu gosto e tinha um preço alto justamente por causa de sua raridade, devido à sua difícil disponibilidade: as primeiras receitas de pratos de trufas são encontradas na “De re coquinaria”, obra de Marco Gavio conhecido por  Apicio, que era uma famoso gastrônomo na época do Imperador Tibério.

Durante a Idade Média, a trufa foi referida como comida do diabo e banida de qualquer dieta: acreditava-se ser venenosa, e isso dependia do fato de que poderia crescer em solos onde havia ninhos de víboras, utensílios de ferro enferrujados ou mesmo cadáveres ou carcaças: foi no Renascimento que a trufa não só foi redescoberta, mas que até se tornou um grande protagonista de cantinas aristocráticas, basta pensar que em 1500 Caterina dè Medici trouxe para a corte da França a trufa branca que se desenvolveu no Castelo Medici de Cafaggiolo em Barberino di Mugello, perto de Firenze.

Para mostrar a importância desse tubérculo na gastronomia, o compositor Gioachino Rossini criou o célebre Tornedor (filé de carne) Rossini utlizando trufas e o Conde Camillo Benso Cavour usava trufas para melhorar as relações diplomáticas com países estrangeiros.

Em 1700, depois de abandonar o costume de temperar alimentos com quantidades consideráveis de especiarias, a prática de usar trufas para dar sabor aos pratos foi generalizada nas várias cortes europeias, especialmente na França, onde uma predileção para o Negro precioso-Melanosporum Vitt. se desenvolveu, e na Itália, onde foi afirmado o consumo de trufa branca – Magnatum Pico – A reputação das trufas continua até hoje: é considerada um dos alimentos mais valiosos de todos os tempos, preferido pelos profissionais da alta gastronomia.

Por fim, aproveite a estadia em Roma e durante a estação das trufas brancas, negras e cogumelos, o restaurante Da Sistina é uma excelente opção.

Para obter mais informações, acesse:
www.roccoforte.com
www.luxelatam.com